Em Limeira, uma casa ecologicamente correta.
Alex Contin
Num terreno simples, uma casa de sete cômodos e 90 metros quadrados pode ser erguida sem agredir a natureza. Com apenas terra, concreto reutilizável, eucalipto, areia, água e um pouco de cimento, uma residência ecologicamente correta surge em poucos meses. Esse é o tema da pesquisa do arquiteto e urbanista Marcelo Venâncio, mestrando em Engenharia Ambiental.
Utilizando três materiais - pau-a-pique, taipa e tijolo ecológico - e soluções ecológicas, como ventilação cruzada, retenção da água de chuvas e aquecimento solar, Venâncio finaliza um projeto para realizar uma construção com baixo custo e conceito sustentável e de proteção do meio ambiente. O trabalho está sendo realizado desde agosto de 2007 em Limeira (SP), onde o arquiteto mora.
Venâncio explica que a casa foi idealizada para evitar agressões ao meio ambiente. Só a fundação da construção não dispensa o tradicional concreto - o material, no entanto, é reaproveitado de outras obras. Segundo ele, 90% dos caminhões de concreto têm sobras consideráveis, um desperdício e tanto.
Já a matéria-prima usada nas paredes e na produção dos tijolos é encontrada no próprio terreno: a terra que foi retirada para fazer a base da casa ou para nivelar o solo é o principal item para a produção dos tijolos de solo-cimento. Com uma proporção de 1 parte de cimento para 12 de terra, os tijolos ecológicos são mais resistentes que os tradicionais. "Para cada milheiro de tijolos convencionais, quatro árvores são incineradas. No caso do tijolo ecológico, nenhuma é sacrificada. E o resultado é um material até mais resistente, porque leva cimento na composição."
Os tijolos ecológicos são utilizados para montar a base da casa. Eles formam as colunas que darão sustentação às paredes erguidas utilizando as técnicas de pau-a-pique e taipa. O material usado, mais uma vez, é a terra.
Na técnica de pau-a-pique, o barro é colocado sobre a estrutura feita de bambu e eucalipto. A árvore, de fácil reflorestamento, ainda é aproveitada para fazer a estrutura do telhado e o piso dos quartos. Depois de prontas, as paredes recebem reboco feito de terra, areia, água e cimento.
No caso das taipas, duas tábuas de madeira são colocadas paralelamente na espessura desejada para a parede. Esse vão é enchido de terra, depois compactada. "Essas paredes proporcionam muito conforto térmico. Por serem de terra, absorvem a água que se evapora com um clima quente. A temperatura interior se mantém em 25°C."
O acabamento da casa segue a linha de reaproveitamento. A pintura é feita com tinta produzida também com terra. Pisos, azulejos, portas e janelas são comprados a preços baixos ou saem de lixões. Só precisam de tratamento. As técnicas utilizadas pelo arquiteto não são inovadoras. "As casas do período colonial são de pau-a-pique e taipa e algumas estão em pé até hoje. Essa nova casa é feita por esse sistema antigo, mas terá uma aparência ultramoderna."
Enquanto a maioria das pessoas paga o preço convencional, que gira em torno dos R$ 80 mil, a casa ecológica custa R$ 700 por metro quadrado, ou R$ 60 mil. No pacote estão o conforto térmico, a água quente e uma consciência ambiental tranqüila.
* Alex Contin é aluno do Instituto Superior de Ciências Aplicadas de Limeira
Num terreno simples, uma casa de sete cômodos e 90 metros quadrados pode ser erguida sem agredir a natureza. Com apenas terra, concreto reutilizável, eucalipto, areia, água e um pouco de cimento, uma residência ecologicamente correta surge em poucos meses. Esse é o tema da pesquisa do arquiteto e urbanista Marcelo Venâncio, mestrando em Engenharia Ambiental.
Utilizando três materiais - pau-a-pique, taipa e tijolo ecológico - e soluções ecológicas, como ventilação cruzada, retenção da água de chuvas e aquecimento solar, Venâncio finaliza um projeto para realizar uma construção com baixo custo e conceito sustentável e de proteção do meio ambiente. O trabalho está sendo realizado desde agosto de 2007 em Limeira (SP), onde o arquiteto mora.
Venâncio explica que a casa foi idealizada para evitar agressões ao meio ambiente. Só a fundação da construção não dispensa o tradicional concreto - o material, no entanto, é reaproveitado de outras obras. Segundo ele, 90% dos caminhões de concreto têm sobras consideráveis, um desperdício e tanto.
Já a matéria-prima usada nas paredes e na produção dos tijolos é encontrada no próprio terreno: a terra que foi retirada para fazer a base da casa ou para nivelar o solo é o principal item para a produção dos tijolos de solo-cimento. Com uma proporção de 1 parte de cimento para 12 de terra, os tijolos ecológicos são mais resistentes que os tradicionais. "Para cada milheiro de tijolos convencionais, quatro árvores são incineradas. No caso do tijolo ecológico, nenhuma é sacrificada. E o resultado é um material até mais resistente, porque leva cimento na composição."
Os tijolos ecológicos são utilizados para montar a base da casa. Eles formam as colunas que darão sustentação às paredes erguidas utilizando as técnicas de pau-a-pique e taipa. O material usado, mais uma vez, é a terra.
Na técnica de pau-a-pique, o barro é colocado sobre a estrutura feita de bambu e eucalipto. A árvore, de fácil reflorestamento, ainda é aproveitada para fazer a estrutura do telhado e o piso dos quartos. Depois de prontas, as paredes recebem reboco feito de terra, areia, água e cimento.
No caso das taipas, duas tábuas de madeira são colocadas paralelamente na espessura desejada para a parede. Esse vão é enchido de terra, depois compactada. "Essas paredes proporcionam muito conforto térmico. Por serem de terra, absorvem a água que se evapora com um clima quente. A temperatura interior se mantém em 25°C."
O acabamento da casa segue a linha de reaproveitamento. A pintura é feita com tinta produzida também com terra. Pisos, azulejos, portas e janelas são comprados a preços baixos ou saem de lixões. Só precisam de tratamento. As técnicas utilizadas pelo arquiteto não são inovadoras. "As casas do período colonial são de pau-a-pique e taipa e algumas estão em pé até hoje. Essa nova casa é feita por esse sistema antigo, mas terá uma aparência ultramoderna."
Enquanto a maioria das pessoas paga o preço convencional, que gira em torno dos R$ 80 mil, a casa ecológica custa R$ 700 por metro quadrado, ou R$ 60 mil. No pacote estão o conforto térmico, a água quente e uma consciência ambiental tranqüila.
* Alex Contin é aluno do Instituto Superior de Ciências Aplicadas de Limeira
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