Um pesquisador da USP mudou a forma de se encarar a construção civil ao desenvolver um tipo de concreto ecologicamente correto. Ele é bom para os engenheiros e bom para o planeta
SUSTENTABILIDADE O concreto verde é mais fluido que o comum, e por isso mesmo é melhor para a construção civil, segundo Pereira.
O concreto sustentável não é apenas bom para o meio ambiente. Segundo Pereira, ele também tem vida útil superior ao concreto tradicional, o que faz dele uma opção econômicamente mais viável para a construção civil. “A norma de concreto brasileira fala em 65 megapascal (medida que expressa a resistência à compressão), mas o concreto da USP tem resistência superior a isso”, disse. Na prática isso significa que se precisa de menos concreto para levantar a mesma obra, o que, por consequência, significa menos cimento e, indiretamente, contribui também para o meio ambiente, já que na indústria do concreto 90% do gás carbônico gerado vem da fabricação do cimento.
“O novo concreto é de alta resistência e ainda usa menos cimento que o tradicional. Ele é bem competitivo porque em obras de maior dimensão, como edifícios altos, pontes e viadutos, podem ser usadas peças menores e se economiza nas dimensões de pilares e outras estruturas de sustentação”, afirma o engenheiro.
Para se fabricar o concreto sustentável, Pereira diminuiu a quantidade de cimento e incluiu na fórmula um aditivo superplastificante composto por policarboxílicos. Ele explica que isso acaba com “os vazios dentro do concreto”, pequenos flocos gerados durante a fabricação do produto que se tornam espaços de armazenamento de água. “O aditivo cria repulsão entre as partículas de cimento e é como se você tivesse mais cimento reagindo, o que torna o concreto mais fluido. Como ele é fluido, apenas seu peso já é suficiente para moldá-lo”, disse.
Como também demora mais para ser substituído, o novo concreto serve melhor à sociedade e à construção civil, defende Pereira. Para ele, o fato de o produto ser mais resistente contribui para que obras de restauro e reconstrução possam ser feitas em intervalos maiores, economizando dinheiro e material que podem ser usados em novas obras e, claro, ajudando a salvar o meio ambiente, já que menos CO2 proveniente da produção industrial do cimento será jogado na atmosfera.
“Na hora que eu reduzo o consumo de cimento, que é o material que dá alta enegria, eu estou reduzindo o impacto ambiental. Além de tudo, o concreto sustentável é mais durável e resistente”, afirma Pereira.
Fonte:Revista ÉPOCA
Tintas ecológicas ganham espaço no mercado
Grande parte das tintas vendidas nos mercados apresentam em sua composição os chamados compostos orgânicos voláteis (VOCs) e metais pesados que prejudicam a saúde e o meio ambiente. As tintas convencionais são, geralmente, a parte mais poluente da construção. Pensando nisso e na procura por empreendimentos sustentáveis, a indústria de tintas começou a investir em produtos considerados “amigos do meio ambiente”.
Existem diversas opções de tintas menos agressivas, como as sem cheiro ou as fabricadas com utilização de garrafas PET para a produção de resina, que por sua vez é usada em tintas e vernizes.
A Suvinil recolheu cerca de 20 mil toneladas de garrafas PET, que haviam sido descartadas, para produção de esmalte. Segundo eles, para fabricar 3,6 litros de esmalte ou verniz são necessárias cinco garrafas. Foram desenvolvidas também tintas destinadas a áreas externas, contra microfissuras, mofo e maresia, de acordo com Francisco Verza, diretor de tintas da Basf, um terço das tintas produzidas é destinado a estas áreas e 40% das construções sofrem com estes tipos de danos.
Ainda assim, existem alternativas mais sustentáveis também disponíveis no mercado, como o caso da tinta de caseína, que é uma mistura de pigmentos com a proteína do leite; tintas feitas com cal e pigmentos naturais e tintas naturais ou orgânicas que utiliza como matéria-prima extratos vegetais e minerais misturados com óleos e resinas naturais. Este tipo de tinta pode ser feita com a utilização de cascas de frutas e verduras. Outras tintas disponíveis são as livre de COVs que, apesar de serem mais caras que as convencionais, são quase idênticas a elas em sua função.
Algumas tintas levam terra em sua composição. Este material tem a função de deixar a parede respirar, garantindo assim o controle da umidade relativa do ar e impede o desbotamento. Outras usam materiais minerais, devem ser diluídas em água antes do uso e não contêm substâncias tóxicas.
Por serem naturais, esses produtos não possuem conservantes. Isso faz com que a data de validade seja menor e, não tendo produtos químicos em sua composição, demoram mais tempo para secar depois da aplicação. O ponto positivo é que elas podem ser descartadas com o lixo comum, sem causar contaminação. Já as tintas à base de solventes devem ser encaminhadas para serviços especiais de coleta de produtos químicos
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